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terça-feira, 29 de janeiro de 2019

O Que Há

Ocorre que há muito em mim, mas não sei se essa pele embaixo da roupa e esse coração embaixo da pele é o suficiente. E eu não sei lidar com essas adequações de sinônimos por onde circulam minha poesia.
Há um lote capinado e um jardim, mas que não está regado. Inúmeras tensões e veias que mais parecem arames farpados.
Quem me toca se fere. É assim que começa.
Não há nada que me conjure. No entanto, perco o controle, causo discórdia, faço baderna e me meto de volta dentro de mim. Presa, porque quero silêncio e paz.
Remedio no entanto, que uma dose de veneração pelas minhas camadas, me martiriza de forma a adotar ser sádica e conciliar-me com temperamentos impróprios em outras linhas de juízo. Todavia, prefiro que me falte o escopo, que meus ossos quebrem, minhas unhas caiam, minha pele seque. Assim como as serpentes, preciso me violar.
É o novo tecido que dirá se ainda serei facínora ou se tudo mudará.
Anseio que eu seja minha. Tão minha que me faça amar cada desígnio como se não coubesse mais nada no infinito que habita estas instancias. Isso é ceder para que eu possa crescer, para que eu possa ver e ouvir a mim mesma.
E ser finalmente, eu.

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