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sexta-feira, 23 de março de 2018

Liberdade de Mulher, Liberdade!

E eu, mulher. Que sempre tão inerte de mim mesma, presa no calabouço do meu corpo. Ouvia vozes de outros presos pela terra, tantos terrores me faziam e com tantas armas me feriam.

E eu, hoje liberta. Me encontro prostrada diante do espelho. Abismada, questionando-me. Sufocada pela entrada e saída dos pensamentos.
Vejo a mim e a outra. A que fui. Aquela que acreditava.

Vejo o dia e a noite e a ela por inteiro.
Me dou conta de que fui silenciada, maltratada, oprimida, jogada às milícias de uma sociedade cristã corrupta. Iludida, abandonada e finalmente morta.

São palavras de uma história. Palavras que dilaceram a antiga eu.
Que acorda hoje, que tem amor próprio, que tem livre arbítrio, que ainda tem sonhos, mas ao contrário da carcaça refletida, não se permite mais sofrer.

 E agora ela não sabe o que fazer com tanta liberdade.

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